Muriel Barbery

Editora Companhia das Letras

Um prédio elegante no centro de Paris; uma desconfiada zeladora de meia-idade, fã de Tolstoi e do Oriente; uma garota cáustica, às turras com a família; um senhor japonês sorridente e misterioso.

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Descrição

À primeira vista, não se nota grande movimento no número 7 da Rue de Grenelle: o endereço é chique, e os moradores são gente rica e tradicional. Para ingressar no prédio e poder conhecer seus personagens, com suas manias e segredos, será preciso infiltrar um agente ou uma agente ou – por que não? – duas agentes. É justamente o que faz Muriel Barbery em A elegância do ouriço, seu segundo romance.

Para começar, dando voz a Renée, que parece ser a zeladora por excelência: baixota, ranzinza e sempre pronta a bater a porta na cara de alguém. Na verdade, uma observadora refinada, ora terna, ora ácida, e um personagem complexo, que apaga as pegadas para que ninguém adivinhe o que guarda na toca: um amor extremado às letras e às artes, sem as nódoas de classe e de esnobismo que mancham o perfil dos seus muitos patrões. E ainda há Paloma, a caçula da família Josse. O pai é um figurão da política, a mãe dondoca tem doutorado em letras, a irmã mais velha jura que é filósofa, mas Paloma conhece bem demais o verso e o reverso da vida familiar para engolir a história oficial. Tanto que se impõe um desafio terrível: ou descobre algum sentido para a vida, ou comete suicídio (seguido de incêndio) no seu aniversário de treze anos.

Enquanto a data não chega, mantém duas séries de anotações pessoais e filosóficas: os Pensamentos profundos e o Diário do movimento do mundo, crônicas de suas experiências íntimas e também da vida no prédio. As vozes da garota e da zeladora, primeiro paralelas, depois entrelaçadas, vão desenhando uma espiral em que se misturam argumentos filosóficos, instantes de revelação estética, birras de classe e maldades adolescentes, poemas orientais e filmes blockbuster. As duas filósofas, Renée e Paloma, estão inteiramente entregues a esse ímpeto satírico e devastador, quando chega de mudança o bem-humorado Kakuro Ozu, senhor japonês com nome de cineasta que, sem alarde, saberá salvá-las tanto da mediocridade geral como dos próprios espinhos.

Leia um trecho de “A Elegância do Ouriço”

Esses instantes em que se revela a trama da nossa existência, pela força de um ritual que reconduziremos com mais prazer ainda por tê-lo infringido, são parênteses mágicos que deixam o coração à beira da alma, porque, fugaz mas intensamente, um pouco de eternidade veio de repente fecundar o tempo. Lá fora o mundo ruge ou dorme, as guerras se inflamam, os homens vivem e morrem, as nações perecem, outras surgem e em breve serão tragadas, e em todo esse barulho e todo esse furor, nessas erupções e nessas ressacas – enquanto o mundo vai, se inflama se dilacera e renasce -, agita-se a vida humana. Então, bebamos uma xícara de chá.

Destaques do Livro

Best-seller internacional com mais de 2 milhões de exemplares vendidos na França
A Elegância do Ouriço foi uma das grandes sensações literárias de 2006 na França

Destaques populares do Kindle

Mas, se tememos o amanhã, é porque não sabemos construir o presente e, quando não sabemos construir o presente, contamos que amanhã saberemos e nos ferramos, porque amanhã acaba sempre por se tornar hoje, não é mesmo?
O futuro serve para isto: para construir o presente com verdadeiros projetos de pessoas vivas.
O que faz a força do soldado não é a energia que ele concentra ao intimidar o outro, enviando-lhe um monte de sinais, mas é a força que ele é capaz de concentrar em si mesmo, ficando centrado em si mesmo.

Mais informações

Tradução: Rosa Freire d'Aguiar

Páginas: 352

Idioma: Português

Data de Publicação: 26/11/2024

Dimensões: 20.8 x 13.8 x 2.2 cm

ISBN-10: 9788535911770

ISBN-13: 978-8535911770

Sobre o Autor

Muriel Barbery

Muriel Barbery

Nasceu em Bayeux, em 1969. Ex-aluna da École Normale Supérieure, em Paris, hoje leciona filosofia na Normandia, onde mora. Estreou na literatura com o romance Une gourmandise (2000), traduzido em doze línguas. Seu segundo livro, A elegância do ouriço , foi uma das grandes sensações literárias de 2006 na França.

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