Carla Madeira

Editora Record

Depois dos arrebatadores Tudo é rio e Véspera, Carla Madeira retoma seu interesse profundo pelos conflitos humanos em A natureza da mordida.

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Descrição

“O que você não tem mais que te entristece tanto?” É com esta pergunta que Biá, uma psicanalista aposentada, apaixonada por literatura, aborda a jovem jornalista Olívia pela primeira vez ao encontrá-la sentada à mesa de um sebo improvisado. A provocação inesperada, vinda de uma estranha, capaz de ouvir “como quem abraça”, desencadeia uma sucessão de encontros, marcados pela intimidade crescente e que aos poucos revelam as histórias das duas mulheres. “Nossa amizade começou assim, enquanto nos afogávamos”, relata Olívia.

Com alternância entre as vozes, a força narrativa objetiva, descritiva e linear de Olívia contrapõe-se às anotações esparsas de Biá, cujos fragmentos de uma memória já falha e pouco confiável conduzem a um ponto de virada na trama que irá revelar ao leitor eventos que marcaram o passado de cada uma, evidenciando o paralelo entre as diferentes formas de abandono sofridas (e perpetradas) pelas duas amigas. Ao conhecer Olívia, o leitor é preparado para compreender Biá e, finalmente, refletir sobre a pergunta: o que faríamos em seu lugar?

Como nos outros romances da autora, as personagens parecem saltar do papel para colocar o leitor diante de questões universais, entre elas a incondicionalidade do amor, a força do desejo, a culpa e o esquecimento, a memória e sua dinâmica inescrutável com o perdão. É também um livro sobre amizade.

Com uma narrativa singular, potente e envolvente, Carla Madeira se reafirma em A natureza da mordida como um dos maiores nomes da literatura nacional contemporânea.

“É por essas e outras que as distrações me aliviam. As rimas. As flores inesperadas. O que fisga meu olho pelo rabo. A vida não é de confiança, Olívia, nos apunhala com a mesma faca com que passa manteiga. A vida, essa senhora banguela, não teme a feiura e faz coisas medonhas com sua boca murcha que não lhe inibe as gargalhadas. Ao contrário, gosta de nos exibir a extensão da mordida que nos dará com deboches e ironias aoinvés de dentes, para nos fazer pagar a língua enquanto giramos estonteados, pra lá e pra cá, entre suas gengivas.”

Destaques do Livro

Nossa amizade começou assim, enquanto nos afogávamos
A história de duas mulheres sobrevivendo a lembranças marcantes do passado

Destaques populares do Kindle

Quando a gente faz o mal, sabe. O mal não é coisa de distraído. Embora a dor a gente possa provocar até dormindo.
O dia seguinte não importa, Olívia. Importa o resto da vida. Importa o que não pode ser desfeito.
Não sei se podemos nos arrepender do que nos fazem, já que não podemos impedir que façam — argumentei. — Quase nunca podemos, e, ainda assim, os piores arrependimentos são do que deixamos que nos façam.

Mais informações

Editora:

Páginas: 240

Idioma: Português

Data de Publicação: 28/11/2024

Dimensões: 15.5 x 1.3 x 22.5 cm

ISBN-10: 6555872233

ISBN-13: 978-6555872231

Sobre o Autor

Carla Madeira

Carla Madeira

Carla Madeira nasceu em Belo Horizonte em 1964. Largou um curso de matemática e se formou em jornalismo e publicidade. Foi professora de redação publicitária na Universidade Federal de Minas Gerais e é sócia e diretora de criação da agência de comunicação Lápis Raro. Também pela Editora Record, é autora dos romances Tudo é rio , best-seller que já vendeu mais de 100 mil exemplares, e Véspera.

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